No mercado de tecnologia, não é raro ver empresas mergulharem de cabeça em novas ferramentas e abordagens motivadas por buzzwords e tendências do momento. Data Mesh, Lakehouse, GPTs, Fabric, real-time analytics… Cada conceito chega ao mercado cercado de promessas revolucionárias. Mas se há algo que aprendemos em mais de duas décadas de atuação na Target, é que hype é um péssimo ponto de partida para uma estratégia de dados.
Neste artigo, discutimos por que seguir modismos pode comprometer a produtividade da TI e como construir uma abordagem pragmática, eficiente e alinhada à realidade do negócio – como temos feito com dezenas de clientes em diferentes setores.
O ciclo vicioso do hype em dados
Todos os anos surgem novas tecnologias, metodologias e arquiteturas que prometem resolver os desafios de dados de forma definitiva. O mercado responde com entusiasmo, e muitas lideranças de TI se sentem pressionadas a adotar rapidamente essas novidades. Afinal, ninguém quer parecer desatualizado. Porém, muitas dessas implementações acabam se tornando complexas, caras e subutilizadas.
Na prática, vemos empresas que compraram plataformas modernas, mas ainda dependem de planilhas para decisões críticas. Times técnicos sobrecarregados com pedidos operacionais enquanto o potencial de automação é ignorado. Soluções robustas que não geram valor porque não houve um plano de adoção coerente. Esse é o custo invisível do hype: tempo desperdiçado, energia mal direcionada e oportunidades reais deixadas de lado.
O problema não é a tecnologia — é a falta de estratégia
Na maioria dos casos, os projetos de dados fracassam não por questões técnicas, mas por ausência de propósito claro. Quando uma ferramenta é adotada sem conexão com uma dor real do negócio, ela vira um ativo ocioso. Já atendemos empresas com arquiteturas modernas, pipelines de dados em tempo real e modelos preditivos, mas que esbarravam em um problema básico: ninguém sabia onde estavam os dados certos para tomar decisões.
Sem direção clara, a TI se torna reativa
- Corre para atender demandas pontuais, sem foco estratégico duplicação de dados
- Lida com retrabalho por ausência de padronização
- Perde poder de influência nas decisões do board
Mais importante do que “qual ferramenta usar” é qual problema resolver, para quem e com qual impacto esperado. Tecnologias devem ser meios para entregar valor, não fins em si mesmas.
O que é, de fato, uma estratégia de dados
Uma estratégia de dados eficaz não começa por uma escolha tecnológica, e sim por perguntas fundamentais. Quais decisões precisam ser mais bem embasadas? Onde estão os gargalos reais? O que já funciona e o que precisa mudar? A partir disso, constrói-se um modelo operacional com responsabilidades definidas, governança clara e um roadmap realista de evolução.
Na Target, desenvolvemos um framework próprio para conduzir esse processo, adaptando cada etapa à realidade do cliente. Nossos projetos passam por momentos de discovery, solution design, definição de indicadores e plano de adoção. O objetivo não é empurrar tecnologia, mas sim viabilizar valor.
O impacto dos modismos na TI
A adesão a modismos impõe uma carga desproporcional sobre as equipes técnicas. Elas precisam aprender rapidamente novas ferramentas, lidar com expectativas desalinhadas e ainda provar o valor de algo que não ajudaram a escolher. Já conduzimos processos de recuperação em empresas que implementaram soluções de big data e BI avançado, mas seguiam dependentes de relatórios manuais e múltiplas “versões da verdade”.
Isso enfraquece a TI tanto operacional quanto politicamente. Nosso papel é restaurar seu protagonismo, posicionando-a como articuladora entre tecnologia e negócio. Nossos squads atuam lado a lado com o cliente, garantindo entrega e governança, ao mesmo tempo em que capacitam os times internos para manter e evoluir a operação.
Como sair da armadilha e liderar com clareza
Adotar tecnologia com propósito requer clareza. Antes de incorporar uma nova ferramenta, é preciso entender qual problema ela resolve e se há alternativas mais simples. Começar pequeno, com um projeto piloto bem direcionado e de impacto mensurável, gera mais valor do que uma promessa genérica de transformação.
Dar visibilidade às vitórias é fundamental. Quando a TI comunica resultados em linguagem de negócio, como tempo economizado, ganhos operacionais ou redução de erros, ela fortalece sua credibilidade. Outro ponto essencial é promover a alfabetização em dados. Em nossos projetos, realizamos sessões práticas com usuários e planos de adoção adaptados à realidade da organização.
Manter o portfólio tecnológico atualizado também faz parte da estratégia. Avaliar o que realmente entrega valor, o que se tornou legado caro e onde estão os atritos entre áreas permite redirecionar esforços e priorizar o que importa.
Casos que inspiram
Alguns exemplos reais da atuação da Target:
Redução de 12 horas semanais de retrabalho em relatórios: com automações simples e reuso de componentes, criamos dashboards que se atualizam em minutos e evitam erros manuais.
Governança com leveza: em uma empresa de grande porte, implementamos um plano de governança de dados dividido em etapas práticas, com engajamento do time de negócio e foco em gerar valor desde o primeiro mês.
Squad de dados como serviço: para uma empresa do setor de varejo, montamos uma célula contínua de dados (data squad) que atua como centro de excelência, promovendo melhoria contínua, inovação aplicada e aceleração de entregas.
Hype é efêmero. Estratégia é duradoura.
Experimentar novas tecnologias não é um erro. O problema está em basear a estratégia nelas. A verdadeira vantagem competitiva nasce da clareza sobre onde se quer chegar e da capacidade de usar dados de forma intencional, conectando pessoas, processos e tecnologia com foco em impacto real.
Na Target, acreditamos que dados não são sobre hype. São sobre resultado. E resultado exige propósito, método e direção. Se você busca uma operação de dados com entrega concreta e visão de longo prazo, estamos prontos para conversar.
